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Secretaria de Saúde empenha aeronaves na corrida contra o tempo para salvar quem espera por um órgão

22/04/2021

A pandemia de Covid-19 afeta duplamente aqueles que aguardam por um transplante para viver. No último ano, o número de procedimentos caiu cerca de 20% no Brasil (segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). Nesse cenário, cada órgão captado tem ainda mais valor. A Secretaria de Estado de Saúde vem empenhando todo o esforço para que nenhuma doação se perca e, nesta terça-feira (20), montou uma operação com duas aeronaves, sendo uma da Secretaria e outra do Governo do Estado, para captar quatro órgãos em Paraty, na Região da Baía da Ilha Grande. Os helicópteros partiram às 7h30, do Grupamento de Operações Aéreas, na Lagoa, voando contra o tempo e em meio a fortes rajadas de vento, numa manhã de tempo instável, levando médicos, enfermeiros e instrumentadores. A captação de um coração, dois rins e um fígado foi coordenada pelo Programa Estadual de Transplantes (PET).

- O tempo entre a captação e o transplante é crucial para o sucesso do procedimento, e a agilidade nesse transporte faz toda a diferença, ainda mais nesse período de Covid, em que se tornou tão difícil fazer captações. Por isso, estamos empenhando as aeronaves da Secretaria de Saúde e do Governo do Estado para dar suporte às operações. Colocamos todos os recursos que temos em prol de salvar vidas – afirmou o secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves.

Depois da coleta, os órgãos foram transportados em duas aeronaves: o coração seguiu no helicóptero da SES até o heliponto do Palácio Guanabara e, de lá, para o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, onde uma criança de 13 anos já aguardava na mesa de cirurgia para recebê-lo. Os rins e o fígado foram levados na aeronave do Governo do Estado até o Grupamento Operacional Aéreo (DGOA), na Lagoa, de onde seguiram para um hospital particular, onde foram transplantados em três adolescentes.

O processo entre a saída das equipes médicas do Rio, a chegada em Paraty, a captação dos órgãos e o retorno ao Rio foi concluído em apenas seis horas e envolveu cerca de 30 pessoas. Nessa tensa corrida contra o tempo, os pilotos Rodrigo Medina, Antônio Carlos Pego, Omar Jesus de Castro e Lucas Silva de Souza realizaram o trajeto de volta ao Rio em apenas 44 minutos, 20 minutos a menos do que o normal. Médicos, enfermeiros, instrumentadores, pilotos, operacionais, administrativos, todos movidos pelo mesmo sentimento de esperança e na certeza de que cada minuto é crucial para que tudo dê certo.

- É sempre uma grata satisfação participar de uma missão tão nobre e com um motivo extra, que é ajudar uma criança e outros três adolescentes. A importância do emprego da aeronave nesse processo é que, por via terrestre, só o transporte de ida e volta gastaria entre seis a sete horas. Voando, conseguimos realizar todo o processo nesse tempo. Enfrentamos algumas situações adversas de meteorologia, mas só temos a agradecer por ter dado certo e por esses órgãos poderem salvar vidas – ressaltou o Major Medina, comandante da aeronave da SES.

De acordo com o PET, atualmente o estado do Rio está em terceiro lugar em notificações de possíveis doadores, porém muitos desses registros não se traduzem em captações por causa da Covid-19. A boa notícia é que, no último trimestre, os dados vêm mostrando sinais de recuperação. O programa tem intensificado as buscas ativas nos hospitais para identificar potenciais doadores e realizar as captações.

- Houve uma queda de captações não só no Brasil, mas no mundo todo por causa da Covid-19. Agora, já é possível observarmos uma recrudescência nesse cenário. O trabalho do Programa Estadual de Transplantes tem sido fundamental para esse retorno. Essa captação que realizamos hoje (20.04) envolveu duas esferas de governo, duas equipes de captação e duas aeronaves. É um processo que traz esperança para os pacientes. Esses transplantes não seriam possíveis sem a parte aérea e sem toda a parte logística do PET. – agradeceu o médico Alexandre Cauduro, coordenador do Programa de Transplante Cardíaco Pediátrico do INC.

PET - Criado em 2010, o PET é um programa que realiza a captação e o transplante de coração, fígado, rim, pâncreas, pele, córnea e esclera (membrana que protege o globo ocular). Em 11 anos de atuação, o programa foi responsável pela renovação da vida de mais de 6500 pessoas por meio de transplantes de órgãos sólidos e recuperou a saúde de inúmeros pacientes com transplantes de ossos, ligamentos e pele. Entre janeiro e março de 2020, apesar da pandemia, ocorreu o melhor primeiro trimestre da história do programa, com 254 transplantes de órgãos sólidos. A marca supera em quase 54% o mesmo período de 2019 e colocou o estado no terceiro lugar em número absoluto de doadores no ranking do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). No total, no ano passado, o PET realizou 698 transplantes, sendo 22 de coração; 270 de fígado; 383 de rins; além de um transplante simultâneo de coração e rim; 10 de rins e fígado; e 12 de rins e pâncreas.

No primeiro trimestre deste ano, foram 118 cirurgias, sendo três corações transplantados, 47 fígados, 65 rins; além de duas cirurgias simultâneas de rins e pâncreas e uma multivisceral (fígado, pâncreas e intestino transplantados simultaneamente).

Rede estadual – As unidades da rede estadual que mais realizaram captações em 2020 foram o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN) e o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV) e o órgão com o maior número de transplantes realizado foi o de fígado.

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