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Pesquisa aponta que isolamento social alterou diabetes em mais de 59% dos brasileiros

17/11/2020

 

Especialista do IEDE destaca maus hábitos alimentares e sedentarismo como algumas das causas

 

Um levantamento feito, este ano, pela International Diabetes Fedaration (IDF) identificou que 59,4% das pessoas com diabetes no Brasil apresentaram variação na glicemia no período da pandemia. Para a chefe do serviço de diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), Rosane Kupfer, a mudança de hábitos para pior, com o consumo de comidas industrializadas, a falta de exercícios e a ingestão em excesso de carboidratos foram fatores que contribuíram para a elevação dos índices de glicemia no período de confinamento. Para incentivar a rotina alimentar correta e chamar a atenção da sociedade sobre a importância da prevenção, o IEDE apoia o Dia Mundial do Diabetes, que é celebrado neste dia 14 de novembro.

Ainda conforme a pesquisa da IDF, realizada entre 22 de abril e 4 de maio, de âmbito nacional, foram coletados dados de 1.701 brasileiros. O estudo destacou como o diabetes se apresentou na pandemia de Covid-19, alterando as rotinas dos pacientes com aumento de 29,8% na ingestão de alimentos, redução de cerca de 60% da prática de atividades de físicas, entre outros temas.

De acordo com Kupfer, endocrinologista do Instituto Estadual de Diabetes, referência no atendimento à doença no Estado do Rio de Janeiro, a pandemia alterou os hábitos das pessoas, podendo ter provocado um certo relaxamento no controle da doença.

“O confinamento levou muitos pacientes ao sedentarismo. Por isso, a importância de se voltar a praticar atividades físicas para melhora da saúde, de uma forma geral, tomar medicação indicada por especialistas, consumir uma alimentação balanceada, além de se evitar aquelas ricas em açúcares. Em virtude disso, apoiamos o Dia Mundial do Diabetes que evidencia uma data relevante no trabalho que realizamos no instituto ao longo de todo o ano em prol da população”, ressalta Kupfer.

O Guarda Municipal, Edmar Leopoldo Correa, de 55 anos, morador de Bangu, Zona Oeste, que há 25 anos se trata no IEDE, admitiu que a pandemia atrapalhou seu tratamento.

“Foi um momento de muito estresse e de longo período de confinamento. A quarentena acabou facilitando para que as coisas saíssem do eixo, o que incluiu o consumo excessivo de comida”, assumiu Edmar, que controla a doença com usos de insulina, remédio e um plano alimentar feito pelos nutricionistas do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione.

Por quatro décadas, Teresinha Salvino de Azevedo, de 84 anos, se cuida no IEDE. Moradora de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, ela encontrou na unidade o local certo para seu tratamento.

“Sempre apresentei uma taxa de glicose elevada e há quarenta anos cuido de minha saúde aqui.  A cada três meses, venho na unidade para me consultar. No instituto tenho os cuidados que preciso de endocrinologista, cardiologista e nutricionista para o controle e tratamento do diabetes”, destaca a aposentada.

A chefe do serviço de diabetes do Instituto Estadual de Diabetes explica as taxas para se considerar uma pessoa pré ou diabética.  “Caso a taxa de glicose no sangue, em jejum, seja entre 100-125 mg/dl, o paciente é considerado pré-diabético. Valores de glicemia, em jejum, maiores ou a partir de 126 mg/dl, repetidos em uma nova amostra, confirmam o diagnóstico”.

 IEDE é referência no atendimento ao diabetes

A porta de entrada para o tratamento dos pacientes começa pela atenção primária, ou seja, unidades básicas de saúde, como a Clínica da Família. O Serviço de Diabetes da unidade atende de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e recebe pacientes com consulta marcada, através do SISREG. São tratados os diabetes do tipo I, II, gestacional e outros tipos mais raros. No IEDE, o paciente passa por avaliação médica feita por um endocrinologista, que depois o encaminha para uma área específica. Em setembro desde ano, 1.836 pacientes foram consultados no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, sendo 45% para diabetes tipo I, 50% para o tipo II e 5% para outros.

A unidade conta com uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, que inclui endocrinologista, oftalmologista, ortopedista, dermatologista, psicólogo e educador físico. A educação continuada também é parte integrante no tratamento do instituto com incentivo ao autocuidado. O instituto também realiza exames de hemoglobina glicada (que faz a média da taxa de açúcar dos últimos três meses), dosagem de hormônio para tireóide, perfil lipídico (colesterol e triglicerídeo), hepatograma (exame do fígado), albumina urinária (avalia a função do rim) e hemograma.

Gestantes têm atendimento diferenciado

Para cuidar das grávidas com diabetes, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione presta atenção especial às gestantes no ambulatório dedicado a elas. Sendo assim, o controle do peso é fundamental neste processo, principalmente no período pré-gestacional, com um planejamento alimentar feito por nutricionistas. De 2019 até outubro de 2020, mais de 100 gestantes foram atendidas na unidade.A diabética que engravida com mal controle da glicose tem mais chances de complicações para o feto como má formação congênita e aborto espontâneo. Além disso, poderá haver um risco maior de pré-eclâmpsia (hipertensão arterial, inchaço, principalmente nos membros inferiores e perda de proteína pela urina).

Tipos de diabetes

O diabetes tipo I ocorre pela falta da produção de insulina, hormônio que controla os níveis de glicose no sangue. Já no tipo II, a insulina continua a ser produzida, mas o organismo desenvolve resistência ao hormônio. Esse tipo representa 90% dos casos, e tem no sobrepeso, na obesidade, na genética e no sedentarismo os principais vilões. A diabetes gestacional pode ocorrer mesmo em quem não tem diabetes, pois os hormônios da gravidez e, principalmente, a obesidade prévia podem dificultar a atuação da insulina. A idade também é um fator de risco sendo mais comum em gestantes mais velhas (acima de 25 anos).

Sintomas

Entre os principais sintomas da diabetes estão boca seca, vontade constante de urinar, visão turva, aumento da fome e emagrecimento concomitante. Ao apresentar esses problemas é recomendável procurar ajuda médica para saber se apresenta diabetes

Prevenção

A prevenção deve ser feita através de orientação médica, alimentação saudável, além de prática de exercício físico regular. Outras medidas são controle periódico dos níveis de glicemia, da pressão arterial e do colesterol, além de não fumar.  É fundamental tomar a medicação prescrita pelo médico diariamente e evitar os açúcares de absorção rápida, presentes nos refrigerantes, bolachas e chocolates, dando preferência aos alimentos mais naturais.

Fotos: Mauricio Bazilio

Link do vídeo: https://docs.google.com/u/1/uc?id=1WJCqlg4NN7q2A7t_rob3hMIoDuQwQbZ1&export=download

A chefe do do Instituto de Diabetes, Rosane Kupfer, orienta paciente no controle da doença em tempo de pandemia O Guarda Municipal, Edmar Leopoldo Correa, de 55 anos, faz o controle da doença no IEDE

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